Amor Que Causa Medo

Na minha lista infinita de medos, que vai desde o menor até aquele que não consigo nem pensar, nesta lista sem sombra de dúvida o amor está em destaque.

O fato é que o meu medo em relação ao amor não é de um dia abrir a porta e descobrir que o amor não se apresenta da forma com a qual eu imaginava que se apresentaria

Se ao pegar fita métrica perceber que o amor não tem mais de um metro e oitenta (1m80) na verdade com muito custo chega perto de um metro e setenta (1m70).

Não é sobre descobrir que terei que abrir os braços um pouco mais para abraçar o amor, pois o peso que imaginava está um pouquinho longe do que achei que seria.
Tampouco é sobre descobrir que o amor já acreditou ter achado o amor em outros amores e se frustrou. 

O que me causa medo não é o fato do amor não ser um Maxon Schreave fisicamente falando, nada disto importa.

A aparência, a altura dele, até porque quem sou eu para exigir altura de alguém?

O peso, a classe social, a idade, o passado, os defeitos, estas coisas não interferem no amor, tampouco o definem.

O que me causa medo é pensar que um dia posso acordar e ir bater na porta que o amor costumava estar e encontrar o outro lado vazio.

É acordar num belo dia de primavera e perceber que dia após dia tenho regado sozinha a mesma flor e que a corda que nos une não se soltou, pois eu ainda a estou segurando.

O meu medo é encontrar o amor, mas não ser encontrada por ele...

Quando olho para dentro de mim enxergo mais você, mas se porventura olhar para dentro de você enxergarei mais a mim?

O meu medo é me venderem algo como se fosse amor e dali vinte anos descobrir que o amor não era tão amor assim... Que diferente de mim a aparência importava muito para o amor e na medida que ela vai se desfazendo, o amor começa a ir embora...

O meu medo é me pegar um dia andando pelas ruas cercada de pessoas e mesmo assim me sentindo sozinha e o pior, me perguntando "Por onde anda o amor?".

Meu medo é não reconhecê-lo pois afinal pouco se sabe sobre o amor e o pouco que a humanidade sabia tem se perdido.

Mas do pouco que me foi ensinado sei que o amor tem muito haver com atitudes e pouco com palavras, que o exterior não importa.
Que se o amor ao seu lado uma árvore plantar, este amor ao seu lado irá sentar e contigo ver os ramos crescer.
Quando o rigoroso inverno chegar este amor irá lhe aquecer, e que quando o amor parecer terminar, mil e um motivos irá lhe trazer... para continuar, para lutar, para permanecer o amor.
Eu sei que o amor não destrói, constrói, não humilha, exalta, não prende, liberta, não manda, conversa.

Definitivamente ele (o amor) nunca irá me deixar, pois se acabar, não era amor, era qualquer outra coisa para qual ainda não se criou uma definição.